O mercado de capitais tem potencial para se tornar uma fonte mais eficiente de crédito para produtores rurais no Brasil, superando modelos tradicionais como o barter, que dispensa pagamento em dinheiro antecipado. Octaciano Neto, especialista do setor, critica o barter por sua limitação geográfica—praticado apenas no Brasil, Argentina e Ucrânia—e defende que o mercado de capitais pode oferecer soluções personalizadas para o agro, especialmente diante da necessidade de R$ 1,3 trilhão em financiamento, segundo a CNA.
Atualmente, o Plano Safra cobre apenas 45% da demanda por crédito rural, o que abre espaço para bancos e mercados de capitais preencherem essa lacuna. Neto cita exemplos como revendas de tratores, que estão criando fundos de investimento (FIDCs) para financiar atividades, evitando pressões tributárias. Além disso, ele destaca o potencial do patrimônio imobiliário rural, estimado entre R$ 5 trilhões e R$ 8 trilhões, como uma oportunidade subexplorada para fundos imobiliários focados no agro.
A discussão reforça a necessidade de inovação no financiamento do agronegócio, com o mercado de capitais oferecendo flexibilidade e customização. Enquanto modelos como o barter predominam em poucos países, a adoção de instrumentos financeiros mais sofisticados pode impulsionar o setor, atendendo demandas específicas e aproveitando oportunidades de escala global.