Warren Buffett, aos 94 anos, decidiu deixar o comando da Berkshire Hathaway até o fim de 2024, encerrando sua trajetória como CEO após décadas à frente da empresa. Em entrevista ao Wall Street Journal, ele afirmou que não pretende se afastar completamente dos negócios, continuando a frequentar o escritório em Omaha e contribuindo com análises e decisões de investimento. Buffett destacou que seu raciocínio financeiro permanece afiado, especialmente em momentos de volatilidade do mercado, e brincou: “Não vou ficar em casa assistindo novelas”.
A sucessão já estava planejada desde 2021, com Greg Abel, vice-presidente das operações não relacionadas a seguros da Berkshire, assumindo o cargo principal. Buffett admitiu que a diferença de energia e produtividade entre ele e Abel tornou a transição inevitável. Apesar de reconhecer limitações naturais da idade, como esquecer nomes ocasionalmente, o investidor enfatizou que ainda pode ser valioso em situações de crise, afirmando: “Serei útil aqui se houver pânico no mercado, porque não fico com medo quando os preços caem”.
A permanência de líderes empresariais em atividades profissionais após os 75 anos, embora incomum, é uma tendência crescente nos EUA. Exemplos como Bill Gates e Jim Sinegal, que continuam envolvidos em seus negócios mesmo após deixarem cargos executivos, refletem a filosofia de Buffett: trabalhar com paixão prolonga a vida e a felicidade. Em sua carta aos acionistas em 2022, ele já havia defendido a ideia de escolher uma carreira que se faria mesmo sem necessidade financeira, reforçando que a satisfação pessoal é a chave para uma trajetória duradoura.