A média salarial dos trabalhadores da construção civil caiu 22% entre 2014 e 2023, passando de 2,7 para 2,1 salários mínimos, segundo dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) divulgada pelo IBGE. O segmento de infraestrutura, que inclui obras como rodovias e ferrovias, registrou a maior queda (29%), com a média recuando de 3,7 para 2,6 salários mínimos. Construção de edifícios e serviços especializados também tiveram reduções, de 17% e 9%, respectivamente, refletindo um cenário de desaceleração no setor.
Além da queda salarial, o número de empregos na construção civil diminuiu 15% na comparação com 2014, totalizando 2,5 milhões de postos em 2023. Apesar disso, houve recuperação em relação a 2020, com aumento de 25%. Enquanto o segmento de serviços especializados cresceu 4% na geração de vagas, construção de edifícios e infraestrutura registraram quedas de 29% e 20%, respectivamente, indicando mudanças na dinâmica do mercado.
O valor total movimentado pelo setor em 2023 foi de R$ 484,2 bilhões, com destaque para construções residenciais (22% do total) e serviços especializados (20%). Regionalmente, Sudeste e Nordeste lideram em participação, mas perderam espaço em relação a 2014. Já o Sul foi a região que mais ampliou sua presença, saltando de 12,8% para 16,2%, enquanto o Centro-Oeste manteve estabilidade. Os dados revelam um setor em transformação, com desafios salariais e mudanças na distribuição geográfica da atividade.