O anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo governo Lula impactou imediatamente os mercados, com o Ibovespa à vista fechando em queda de 0,44% e o dólar comercial subindo 0,3%. No entanto, o detalhamento da medida, divulgado após o fechamento da bolsa, ampliou os efeitos: o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em junho caiu 1,93%, enquanto o dólar futuro subiu 1,53%. A mudança, que deve arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026, afeta operações de câmbio, crédito empresarial e previdência privada, com alíquotas unificadas em 3,5% para transações internacionais e aumentos significativos em empréstimos e planos VGBL.
Os investidores reagiram com preocupação, interpretando o aumento do IOF como um sinal de dificuldade do governo em promover ajustes fiscais estruturais. Analistas destacaram que a medida, embora gere receita no curto prazo, pode distorcer o sistema de crédito e desacelerar a economia. Além disso, os juros futuros avançaram, refletindo o clima de incerteza. O anúncio ofuscou até mesmo o contingenciamento de R$ 31,3 bilhões em gastos, que havia sido visto positivamente por superar expectativas do mercado.
A decisão do governo de elevar impostos em vez de cortar despesas levantou dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal no longo prazo. Especialistas argumentam que o mercado busca sinais de compromisso com reformas profundas, e não soluções temporárias. O aumento do IOF, somado ao contingenciamento, revela um cenário de desafios para equilibrar as contas públicas, com repercussões diretas no humor dos investidores e na performance dos ativos domésticos.