O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, afirmou que a força armada nunca planejou mobilizar tanques ou tropas para interferir nos poderes constitucionais durante a crise política no final de 2022. Em depoimento como testemunha em ação penal sobre a tentativa de golpe, Olsen negou qualquer ordem ou preparativo para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também destacou que não recebeu determinações nesse sentido do ex-comandante da Marinha, que é um dos réus no caso.
A investigação aponta que um grupo de autoridades do governo anterior teria discutido a decretação de estado de sítio ou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O atual comandante, no entanto, reforçou que não houve mobilização de veículos blindados ou tropas para tal fim. O depoimento ocorre no âmbito do processo que ouve testemunhas até o início de junho, antes dos interrogatórios dos acusados.
O chamado “núcleo 1” do suposto golpe inclui oito réus, entre eles um ex-presidente e ex-ministros, cuja denúncia foi aceita pelo STF em março. O caso continua em andamento, com datas de interrogatórios ainda não definidas. As investigações buscam esclarecer se houve efetivo planejamento para interromper a ordem democrática.