O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, afirmou em depoimento que a força armada nunca planejou mobilizar tanques ou veículos blindados para interferir nos poderes constitucionais durante a crise política no final de 2022. Olsen, que chefiava o Comando de Operações Navais na época, negou qualquer ordem ou preparação para aderir a uma tentativa de golpe, conforme questionado pela defesa de um dos réus no caso. Ele também destacou que não recebeu determinação para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O depoimento ocorre no âmbito da ação penal sobre supostos atos golpistas durante o governo anterior. Entre maio e junho, outras testemunhas serão ouvidas, incluindo indicadas pela acusação e defesas dos envolvidos. Após essa fase, os réus, entre eles figuras ligadas ao núcleo central do caso, serão interrogados, embora a data ainda não tenha sido definida.
O chamado “núcleo 1” da investigação inclui oito acusados, cujas denúncias foram aceitas pelo STF em março. As alegações envolvem supostos planos para decretar estado de sítio ou operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O atual comandante da Marinha assumiu o cargo no governo atual, mas o ex-comandante, citado no processo, não compareceu à cerimônia de transição.