O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, afirmou desconhecer os motivos da ausência do ex-comandante Almir Garnier na cerimônia de passagem de cargo, ocorrida em janeiro de 2023. Durante depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), Olsen reiterou que não recebeu qualquer determinação para empregar tropas com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou promover um golpe de Estado. A Marinha já havia divulgado nota negando investigações da Polícia Federal sobre o caso em novembro de 2024.
A ausência de Garnier na cerimônia, que quebrou uma tradição histórica da instituição, foi questionada pelo ministro Alexandre de Moraes e pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Olsen declarou que só tomou conhecimento de supostas reuniões envolvendo o ex-comandante e o ex-presidente Jair Bolsonaro por meio da imprensa. Testemunhos anteriores, como o do ex-comandante da Aeronáutica, sugeriram que Garnier teria oferecido tropas para apoiar um golpe, mas Olsen negou ter qualquer informação sobre esses eventos.
A audiência no STF também contou com os depoimentos do senador Hamilton Mourão e do ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo. Mourão afirmou não ter conhecimento de reuniões golpistas e criticou o governo Lula pela desordem em Brasília em 8 de janeiro. Já Rebelo protagonizou um bate-boca com Moraes após se recusar a admitir censura. O caso continua sob investigação, com o STF buscando esclarecer os fatos.