A capacitação das novas gerações para administrar o patrimônio familiar deve começar cedo, de forma gradual e adaptada às características individuais dos jovens. Especialistas destacam a importância de equilibrar a transferência de recursos, seguindo o conselho de Warren Buffett: deixar o suficiente para que os filhos possam realizar seus projetos, mas não tanto a ponto de desmotivá-los. Yuri Freitas, do UBS Global Wealth Management, ressalta que revelar o tamanho da fortuna pode ser delicado, mas é essencial preparar os herdeiros para o futuro. William Heuseler, do Itaú Private, observa que muitas famílias ainda enfrentam tabus ao discutir o tema, embora busquem engajar os sucessores.
A sucessão patrimonial é um processo complexo e contínuo, exigindo planejamento de longo prazo. Roberto Freitas, da G5 Partners, explica que a transição deve ser progressiva, com as gerações trabalhando juntas antes da passagem definitiva do controle. Instituições como UBS e Itaú oferecem programas específicos, como o “For the Future” e o “Family Wealth Across Generations”, que incluem desde educação financeira até experiências práticas em negócios e networking internacional. Essas iniciativas visam não apenas a gestão de ativos, mas também a transmissão de valores familiares.
Para facilitar a adaptação dos herdeiros, estratégias como doações em vida com restrições de direitos são recomendadas, permitindo que a nova geração assuma a propriedade sem controle imediato. Além disso, identificar e potencializar as aptidões individuais de cada sucessor é crucial, especialmente para aqueles não envolvidos nos negócios da família. Como destacam os especialistas, o objetivo é garantir que os herdeiros sejam responsáveis e conscientes, preservando tanto o patrimônio quanto os princípios familiares.