A malária continua a ser um grave problema de saúde pública global, com 263 milhões de casos registrados em 2023, principalmente na África Subsaariana. No Brasil, os números são menores, com 140.265 casos no mesmo ano, concentrados em áreas remotas da Amazônia. A maioria das infecções no país é causada pelo Plasmodium vivax, menos letal que o P. falciparum, predominante em outras regiões. Apesar da queda progressiva nos casos desde 2019, o país ainda registrou 63 mortes em 2023, reforçando a necessidade de vigilância e tratamento eficaz.
A doença, transmitida pela picada do mosquito Anopheles infectado, se instala no organismo após um período de incubação de cerca de uma semana. Os sintomas iniciais incluem febre alta, calafrios e dores musculares, podendo evoluir para complicações graves em grupos vulneráveis, como crianças e gestantes. O parasita se reproduz no fígado e depois invade as hemácias, causando ciclos de infecção que podem se tornar crônicos, especialmente em casos de diagnóstico tardio ou tratamento inadequado.
A malária crônica, associada a espécies como P. vivax e P. ovale, pode levar a complicações fatais, incluindo insuficiência renal e cerebral. Apesar dos avanços no diagnóstico rápido e no tratamento pelo SUS, desigualdades socioeconômicas e ambientais mantêm a doença como um desafio prioritário em países de baixa renda. Investimentos em pesquisa, vigilância epidemiológica e cooperação internacional são essenciais para reduzir a mortalidade e interromper o ciclo de transmissão dessa doença centenária.