Pesquisadores observaram um comportamento peculiar entre macacos-prego-de-cara-branca em uma ilha do Panamá. Inicialmente, acreditava-se que um macho da espécie havia adotado um filhote de bugio, mas análises revelaram que ele e outros macacos sequestraram vários bebês, sem oferecer os cuidados necessários. Os filhotes, incapazes de sobreviver sem leite materno, morreram em grande parte dos casos. O comportamento, interpretado como uma resposta ao tédio em um ambiente sem desafios, foi imitado por outros machos, tornando-se uma “tradição” sem função aparente.
O estudo, publicado na Current Biology, documentou cinco macacos-prego carregando onze filhotes de bugios ao longo de 15 meses. Os pesquisadores destacam que, embora os macacos não tenham ferido os bebês intencionalmente, a prática teve consequências fatais para a espécie vulnerável de bugios. A tendência, comparada a modismos observados em outras espécies, como orcas e chimpanzés, ilustra como animais podem adotar comportamentos novos e sem propósito claro por meio de aprendizado social.
Os cientistas enfatizam que o fenômeno, apesar de intrigante, não tem um significado profundo, sendo apenas uma resposta à monotonia do ambiente. No entanto, ele levanta questões sobre o impacto de tais comportamentos em espécies já ameaçadas. A pesquisa reforça a complexidade do comportamento animal e como até ações aparentemente inocentes podem ter efeitos inesperados no ecossistema.