A Light Serviços de Distribuição solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a reavaliação dos parâmetros regulatórios de perdas não técnicas, como furtos de energia, estabelecidos na Revisão Tarifária Periódica de 2022. A empresa argumenta que os limites atuais não consideram a queda no mercado de baixa tensão, afetado pela crise econômica no Rio de Janeiro, e alerta que a dívida total pode saltar de R$ 6,1 bilhões para R$ 11,5 bilhões até 2026, com um impacto adicional de R$ 5,4 bilhões.
A área técnica da Aneel já havia emitido um parecer contrário à revisão, afirmando que não há evidências de desequilíbrio econômico-financeiro, já que os acionistas arcam com R$ 602 milhões anuais em perdas não reconhecidas nas tarifas. No entanto, a Light sustenta que o custo anual com juros superaria a remuneração regulatória em R$ 508,9 milhões, configurando um cenário insustentável. Durante a reunião, um diretor votou a favor da revisão, mas o processo foi suspenso após pedido de vista, sem previsão de retorno à pauta.
O caso reflete a tensão entre as distribuidoras e a regulação, já que as perdas não técnicas são repassadas parcialmente aos consumidores via tarifas. Enquanto a Light busca ajustes para reduzir o impacto financeiro, a Aneel mantém cautela para evitar mudanças nos parâmetros já estabelecidos, destacando a necessidade de equilíbrio entre os interesses da empresa e dos consumidores.