A liberdade de imprensa sofreu um declínio alarmante em 2025, especialmente nos Estados Unidos e na América Latina, segundo o ranking da Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O retorno ao poder de um governo conhecido por sua hostilidade à mídia nos EUA exacerbou a situação, com medidas como a politização de instituições, cortes de financiamento a veículos independentes e marginalização de jornalistas. A deterioração também atingiu países como Argentina, El Salvador e Nicarágua, onde governos adotaram discursos agressivos contra a imprensa e promoveram medidas restritivas.
O relatório destacou o Brasil como uma exceção positiva, subindo 19 posições no ranking após a recuperação democrática pós-governo anterior. No entanto, a tendência global é preocupante: mais da metade dos países avaliados registram condições ruins para o jornalismo, com pressões políticas, econômicas e o domínio de plataformas digitais afetando o pluralismo. A situação é particularmente crítica em regiões como a Palestina, onde conflitos armados levaram à morte de quase 200 profissionais de mídia.
Além dos desafios políticos, a RSF alertou para a crise econômica no setor, com gigantes da tecnologia monopolizando receitas publicitárias e governos usando verbas públicas para asfixiar veículos críticos. A concentração de mídia em países como Austrália e França também preocupa, assim como a disseminação de desinformação. O cenário global reflete um enfraquecimento estrutural do jornalismo independente, com impactos diretos na democracia e na transparência.