Nesta sexta-feira (23), o mundo perdeu Sebastião Salgado, um dos mais renomados fotojornalistas da história. Aos 81 anos, ele faleceu em Paris, onde vivia, após enfrentar complicações de saúde decorrentes de uma malária contraída durante uma de suas viagens. Sua carreira, marcada por décadas de trabalho em ambientes hostis, deixou um acervo poderoso que denuncia injustiças e celebra a resistência humana e ambiental.
Salgado, sempre acompanhado por sua parceira Lélia Deluiz Wanick Salgado, tornou-se um símbolo da restauração ambiental e da documentação social. Sua série “Serra Pelada”, incluída pelo The New York Times entre as 25 imagens que definem a modernidade, retrata o maior garimpo a céu aberto do mundo, localizado na Amazônia. Seu trabalho também destacou comunidades indígenas e paisagens naturais, como as Ilhas Anavilhanas e o rio Negro, mostrando a relação entre homem e natureza.
Com mais de 400 obras, seu legado está preservado em instituições como a Maison Européenne de la Photographie, o Museu Oscar Niemeyer e a Funai. Exposições em curso, como a no centro Les Franciscaines em Deauville, continuam a homenagear sua trajetória. Suas imagens, que percorrem cinco décadas, permanecem como testemunho de lutas sociais e da beleza do planeta, consolidando-o como um mestre da fotografia documental.