Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estão estudando o ciclo de vida de insetos que colonizam cadáveres, transformando-os em ferramentas valiosas para a perícia forense. Ao analisar o tempo de desenvolvimento das larvas, é possível estimar com precisão a data da morte, especialmente em corpos em estágio avançado de decomposição. Moscas chegam em minutos ao local, depositando ovos que, ao se tornarem larvas, fornecem informações essenciais para desvendar crimes.
Além de determinar o intervalo pós-morte, as larvas podem indicar se a vítima foi envenenada, mesmo quando toxinas não são mais detectáveis no corpo humano. A entomotoxicologia, área que estuda como substâncias químicas se acumulam nos insetos, permite que essas larvas se tornem fontes confiáveis de evidências. Nos últimos 15 anos, mais de 400 corpos foram analisados em parceria com institutos médicos legais, identificando as espécies-chave na região Nordeste.
O trabalho pioneiro da UFPE abre caminho para cooperações mais sólidas entre cientistas e peritos criminais, fortalecendo a aplicação da entomologia forense. Com técnicas cada vez mais precisas, a pesquisa promete revolucionar investigações, oferecendo respostas onde métodos tradicionais falham. A expectativa é que, em breve, esses métodos sejam formalizados, tornando-se padrão em casos complexos.