Dois policiais militares foram condenados pela Justiça Militar de São Paulo por integrar uma milícia que extorquia comerciantes do Brás, região central da capital. Um dos agentes recebeu pena de seis anos e dois meses em regime semiaberto, enquanto o outro foi sentenciado a três anos e sete meses em regime aberto. Os outros dois acusados tiveram seus processos remetidos à Justiça comum devido a um empate na votação entre os juízes.
A investigação, iniciada em março de 2024, revelou que o grupo cobrava valores semanais e anuais de ambulantes, muitos deles imigrantes, sob ameaça de violência. Quem não pagava era coagido por agiotas ligados ao esquema ou removido à força do local de trabalho. A operação que prendeu os envolvidos foi deflagrada em dezembro do mesmo ano, após denúncias de vítimas.
A defesa dos condenados anunciou que recorrerá da decisão, alegando nulidades no processo. As investigações também apontaram que a prática de extorsão na região não é recente, com relatos de esquemas semelhantes desde 1999. O caso reforça a preocupação com a atuação de grupos organizados dentro das forças de segurança.