Um tribunal federal dos EUA suspendeu nesta sexta-feira (23) a decisão do governo que proibia a Universidade Harvard de receber estudantes estrangeiros. A medida, anunciada pelo Departamento de Segurança Interna, afetaria cerca de 6.800 alunos internacionais, representando um quarto do corpo estudantil da instituição. A juíza Allison Burroughs, responsável pelo caso, determinou que a ordem fosse paralisada, mantendo os vistos válidos até que novas audiências ocorram na próxima semana.
Harvard argumentou que a proibição violava leis federais e a Primeira Emenda da Constituição, além de causar danos irreparáveis à sua comunidade acadêmica. O governo justificou a ação alegando que a universidade não cumpriu solicitações de documentos sobre alunos estrangeiros, incluindo registros disciplinares e gravações de protestos no campus. A instituição negou as acusações e afirmou que a medida prejudicaria sua missão educacional e de pesquisa.
O conflito entre Harvard e o governo começou em abril, quando a universidade se recusou a adotar políticas exigidas pela Casa Branca, como limitar protestos pró-Palestina e rever programas de diversidade. Desde então, verbas federais foram cortadas, e a ameaça de remover o status para receber estudantes internacionais foi escalada. Especialistas afirmam que a revogação por motivos políticos é inédita, já que antes só ocorria por questões administrativas. O caso continua em tramitação, com possibilidade de recurso.