O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF após considerar inválida a assinatura de um dos envolvidos em um acordo que garantia sua permanência no cargo. O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro alegou que a assinatura de Coronel Nunes, vice-presidente da entidade, pode ter sido falsificada ou realizada sem plena capacidade cognitiva, devido a um laudo médico que indicava sua debilidade física e mental. A defesa de Ednaldo já recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão, enquanto o interventor Fernando Sarney assumiu o cargo e prometeu convocar novas eleições no menor prazo possível.
Ednaldo Rodrigues, que havia sido reeleito por aclamação em março de 2025 após amplo apoio das federações estaduais e clubes, enfrentava questionamentos desde 2023, quando o TJ-RJ anulou pela primeira vez sua eleição. O caso ganhou novos contornos após a deputada Daniela do Waguinho alegar irregularidades no acordo que encerrou uma disputa judicial em 2022. Embora o ministro Gilmar Mendes, do STF, tenha rejeitado inicialmente o pedido de afastamento, determinou que o TJ-RJ apurasse as denúncias, o que resultou na decisão desta quinta-feira (15).
A mudança na presidência da CBF ocorre em um momento delicado, logo após o anúncio da contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti para comandar a seleção brasileira. A entidade garante que a decisão não afeta os planos com o novo treinador, mas a instabilidade política pode trazer novos desafios para a gestão do futebol nacional. Enquanto isso, o STF deve analisar o recurso de Ednaldo, que busca reverter mais um capítulo conturbado em sua trajetória à frente da confederação.