A curva de juros no Brasil registrou alta, acompanhando o movimento dos títulos do Tesouro americano, após dados econômicos dos EUA indicarem resiliência da economia. Isso reduziu as expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve, levando investidores a revisarem suas posições. No mercado doméstico, as taxas para contratos futuros de 2026 a 2029 subiram, refletindo o ajuste nas apostas diante de um cenário externo menos favorável.
O fortalecimento do dólar, influenciado pela decisão da Opep+ de aumentar a produção de petróleo, também pressionou os juros, embora a redução no preço do diesel pela Petrobras tenha amenizado parcialmente o impacto inflacionário. Enquanto isso, indicadores como o PMI de serviços nos EUA surpreenderam positivamente, contrariando projeções de desaceleração, o que reforçou a percepção de que o Fed manterá uma política monetária mais restritiva por mais tempo.
No final do dia, os juros atingiram novos patamares após notícias de que o governo brasileiro estuda criar uma linha de crédito para motoristas de aplicativos. Analistas avaliam que a medida, considerada parafiscal, pode comprometer os efeitos da política monetária restritiva do Banco Central, elevando o prêmio de risco exigido pelo mercado. A combinação de fatores externos e internos mantém a curva de juros sob tensão, com incertezas sobre os próximos passos das autoridades.