Os juros futuros encerraram a sexta-feira, 16, em queda firme, impulsionados pela melhora do câmbio e pelo alívio temporário das preocupações fiscais que pressionaram o mercado no dia anterior. As taxas dos contratos de DI para janeiro de 2026, 2027 e 2029 recuaram, refletindo um ambiente mais tranquilo, apesar da indefinição nos Treasuries internacionais. A reunião do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, com instituições financeiras também esteve em foco, embora sem impactos imediatos significativos.
A semana foi marcada pela confirmação do fim do ciclo de altas da Selic, conforme sinalizado na ata do Copom, mas as taxas longas ainda enfrentaram pressão devido aos riscos fiscais e ao movimento dos Treasuries. O câmbio, que iniciou o dia em alta, recuou no período da tarde, permitindo que os juros aprofundassem as quedas, especialmente no meio da curva. O contrato para janeiro de 2027, sensível às expectativas da política monetária e ao fim do mandato do presidente Lula, chegou a fechar abaixo de 14%.
O mercado demonstrou resiliência a fatores externos, como a inflação nos EUA e o foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul, que não afetaram significativamente as taxas locais. Analistas destacaram a ausência de notícias negativas sobre medidas fiscais expansionistas ou tensões comerciais, o que ajudou a acalmar os investidores. A economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, ressaltou que riscos inflacionários, como a alta de serviços, ainda merecem atenção, mas não estão diretamente ligados a eventos pontuais, como a gripe aviária.