Os juros do crédito consignado para trabalhadores do setor privado registraram um aumento significativo de 15,1 pontos percentuais (pp) em abril, passando de 44% para 59,1% ao ano. O dado, divulgado pelo Banco Central (BC), reflete uma alta acumulada de 20,6 pp em 12 meses. O crescimento ocorreu mesmo com o lançamento do Programa Crédito do Trabalhador, criado pelo governo federal para reduzir os custos do empréstimo consignado para trabalhadores CLT. As concessões desse tipo de crédito cresceram 148,7% no período, impulsionadas pela facilitação via Carteira Digital de Trabalho.
Além do consignado, outras modalidades de crédito também apresentaram elevações. Para famílias, a taxa média dos empréstimos livres atingiu 57,4% ao ano, com alta de 1,1 pp no mês. Já para empresas, o crédito livre ficou em 26% ao ano, com aumento de 2,4 pp. O BC destacou ainda os incrementos nas taxas de cheque especial para pessoa jurídica (30,8 pp) e conta garantida (24 pp). A Selic, taxa básica da economia, permanece em 14,75% ao ano, influenciando o cenário de juros mais altos.
A inadimplência manteve-se estável em abril, com 3,5% das operações em atraso acima de 90 dias. O endividamento das famílias chegou a 48,6% da renda acumulada em 12 meses, enquanto o comprometimento da renda com dívidas ficou em 27,2%. O crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 18,989 trilhões, com crescimento de 0,7% no mês, impulsionado por títulos públicos e empréstimos do Sistema Financeiro Nacional.