Uma juíza departamental anulou o mandado de prisão contra o ex-presidente da Bolívia em um caso de tráfico de pessoas agravado, garantindo-lhe liberdade irrestrita. A decisão judicial também cancelou qualquer ordem que restringisse seus direitos, após a defesa argumentar que o processo deveria ser transferido para Villa Tunari, reduto político do ex-líder. O julgamento será retomado nessa localidade, onde a defesa planeja contestar as acusações, alegando irregularidades e a falta de uma queixa formal da vítima.
O caso havia sido reaberto em 2024, após ter sido encerrado em 2020, com um novo tipo penal. O ex-presidente não compareceu a audiências anteriores, citando motivos de saúde, o que levou um tribunal a declarar sua ausência e emitir um mandado de prisão, além de bloquear seus bens. Seus apoiadores chegaram a bloquear estradas por 24 dias para evitar sua detenção, e desde então, ele permanece no Trópico de Cochabamba, protegido por aliados.
Enquanto isso, o ex-líder anunciou planos de concorrer às eleições presidenciais de agosto, apesar de uma proibição constitucional à reeleição para um terceiro mandato. Ele pretende registrar sua candidatura em maio, embora ainda não tenha definido o partido pelo qual disputará, após se distanciar do movimento que fundou há décadas. O atual presidente, por sua vez, foi proclamado candidato oficial do partido governista, marcando uma divisão política no país.