Um juiz ordenou que o governo dos Estados Unidos admitisse quase 12 mil refugiados no país, contrariando os esforços da atual gestão para alterar a política migratória. A decisão reforça os limites estabelecidos por uma corte de apelações, que havia permitido a suspensão temporária do sistema de admissão, mas destacou a obrigação de acolher aqueles que já tiveram seu status de refúgio reconhecido. O magistrado rejeitou o argumento do governo de limitar a entrada a apenas 160 pessoas, classificando a interpretação como uma “manobra interpretativa do nível mais elevado”.
A ordem executiva que suspendia o programa de refugiados havia sido bloqueada anteriormente pelo mesmo juiz, por violar a Lei de Refúgio de 1980, mas a decisão foi revertida pelo 9º Circuito de Apelações. O juiz ressaltou que, se a corte quisesse impor uma restrição mais rígida, teria feito isso de forma explícita. Organizações de apoio a refugiados, incluindo grupos judaicos e cristãos, celebraram a decisão, já que muitos indivíduos já haviam vendido seus pertences e se preparado para a viagem antes da suspensão.
O reassentamento de refugiados é uma das principais vias legais para obter cidadania americana, e o programa foi ampliado nos últimos anos para incluir populações afetadas por crises climáticas. Enquanto isso, a atual administração mantém um rígido programa de deportações, com voos militarizados para países da América Latina. O caso reflete a tensão contínua entre as políticas migratórias e a proteção aos direitos de refugiados.