A recente tendência de mulheres que adotam bebês reborn — bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos — tem gerado debates nas redes sociais e na mídia. A jornalista Ana Paula Padrão trouxe o assunto à tona ao questionar o fenômeno em um vídeo reflexivo, destacando que, embora não veja problema no hábito em si, ele não deve ser tratado como um reflexo universal da experiência feminina. Ela também criticou a forma como comportamentos individuais são frequentemente generalizados pela mídia, transformando exceções em regras.
Padrão mencionou que o mercado de bebês reborn movimentou bilhões de dólares em 2023, mas ressaltou que se trata de um nicho específico, comparável a setores como brinquedos educativos ou cosméticos veganos. A jornalista ironizou situações extremas, como a ideia de exigir vagas no SUS para as bonecas, mas enfatizou que a crítica principal deve ser direcionada aos estereótipos que infantilizam as mulheres. “O Brasil tem 25 milhões de mulheres com carteira assinada. Você conhece alguém que passa o dia colorindo livro de ursinho?”, provocou.
Além de discutir o tema, a jornalista compartilhou sua própria visão sobre maternidade, revelando que nunca desejou ser mãe e que hoje entende essa escolha como parte de sua individualidade. O vídeo gerou reações divididas, com alguns defendendo a liberdade de escolha das mulheres e outros surpresos com a existência do mercado de bebês reborn. A discussão levantou questões sobre como a mídia e discursos sociais tentam enquadrar comportamentos femininos em padrões pré-estabelecidos.