A JBS reportou um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 77,6% em comparação anual, impulsionado principalmente pelos segmentos de aves e suínos, com destaque para a Seara, que atingiu uma margem EBITDA recorde de 19,8%. No entanto, as ações da companhia caíram quase 6% na quarta-feira (14), refletindo preocupações do mercado com o fluxo de caixa negativo de R$ 5,3 bilhões, acima do esperado, e as margens comprimidas nas operações de carne bovina nos EUA e no Brasil. Analistas destacaram que, apesar dos resultados sólidos, a volatilidade deve persistir no curto prazo devido à expectativa da dupla listagem nos EUA.
Instituições como XP Investimentos, Bradesco BBI e Goldman Sachs avaliaram os resultados como positivos, com desempenho acima da sazonalidade em vários segmentos, mas apontaram desafios, como os custos elevados no setor de carne bovina e o consumo de caixa. A Genial Investimentos e o BTG também reiteraram recomendações de compra, com preços-alvo entre R$ 48 e R$ 60, destacando o potencial de revalorização com a possível listagem nos EUA. Por outro lado, a Ativa Investimentos manteve um preço-alvo mais conservador (R$ 38,70), mesmo reconhecendo a excelência operacional da Seara e da Pilgrim’s.
O mercado segue atento aos desdobramentos da assembleia geral que votará sobre a dupla listagem, além dos esclarecimentos que devem surgir na teleconferência de resultados. Enquanto alguns analistas veem espaço para múltiplos mais altos, outros enfatizam que a reação das ações dependerá mais do avanço da reclassificação do que apenas do desempenho operacional. Apesar das incertezas, a JBS mantém trajetória de crescimento, com perspectivas favoráveis para os segmentos de aves e suínos no médio prazo.