O Irã quase dobrou seu estoque de urânio enriquecido em alto grau de pureza nos últimos três meses, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgado neste sábado. Até 17 de maio, o país acumulou 408,6 quilos de urânio enriquecido a 60%, nível próximo do necessário para produzir armas nucleares. O aumento coloca o Irã em uma posição única entre países sem armas atômicas, aproximando-o da capacidade de desenvolvê-las, embora ainda seja necessário enriquecer o material a mais de 95% para fins bélicos.
O relatório sugere que o governo iraniano acelerou a produção possivelmente para fortalecer sua posição nas negociações com os Estados Unidos, que buscam um acordo para conter o programa nuclear do país. Enquanto isso, autoridades americanas expressaram otimismo sobre as tratativas, mas o crescimento do estoque de urânio pressiona Washington a intensificar esforços diplomáticos. O diretor-geral da AIEA destacou a necessidade de uma solução negociada, reforçada por um sistema rigoroso de inspeções, já que o Irã desativou parte da monitoração da agência, mas ainda permite acesso a inspetores.
O cenário também reacende tensões regionais, com alertas sobre possíveis ações militares contra instalações nucleares iranianas. Embora não tenha feito ameaças diretas, um líder regional reiterou a gravidade da situação e pediu ação internacional para conter o avanço do programa. Enquanto isso, autoridades americanas afirmaram que qualquer acordo deve incluir mecanismos para desmantelar estruturas críticas, algo que o Irã já rejeitou publicamente. O impasse continua, com o risco de escalada diante do avanço iraniano e das pressões diplomáticas.