O Irã aumentou significativamente seu estoque de urânio altamente enriquecido, atingindo um volume recorde de 409 quilos nos últimos três meses, segundo relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O material, que está pouco abaixo do nível necessário para armas nucleares, poderia ser rapidamente convertido para uso militar, suficiente para produzir cerca de 10 bombas. A AIEA expressou “séria preocupação” e destacou que não pode garantir a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano.
As negociações entre o Irã e os Estados Unidos continuam, mas persistem obstáculos, como a recusa de Teerã em cooperar plenamente com investigações sobre partículas de urânio encontradas em locais não declarados. Enquanto autoridades iranianas afirmam que o enriquecimento visa fins civis, países europeus avaliam levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU, o que poderia resultar em novas sanções. O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, alertou que a situação complica os esforços diplomáticos para uma solução pacífica.
A tensão regional também cresce, com Israel manifestando alarme diante do avanço do programa nuclear iraniano. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o relatório como um “sinal de alerta claro”. Enquanto isso, o mercado global monitora os desdobramentos, especialmente após rumores de um possível ataque israelense a instalações nucleares do Irã, o que elevou temporariamente os preços do petróleo. A comunidade internacional segue dividida entre pressionar por restrições mais duras ou buscar um acordo diplomático.