Um esquema envolvendo associações vinculadas ao INSS descontou ilegalmente parte dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização, potencialmente desviando até R$ 6 bilhões. Dados do INSS mostram que, entre 2020 e 2024, houve picos significativos no número de descontos, com destaque para 2023, quando mais de 300 mil novos associados foram adicionados em um único mês. A adoção da biometria em 2024 coincidiu com uma redução nas adesões, sugerindo que a medida pode ter dificultado práticas irregulares.
Text: A análise mensal revela padrões preocupantes, como o aumento abrupto de descontos durante a pandemia, impulsionado por entidades que aproveitaram brechas regulatórias. Em julho de 2022, o número de novos associados ultrapassou 100 mil pela primeira vez, marcando um crescimento acelerado que se repetiu em 2023, com picos de até 796 mil adesões em um mês. No entanto, a partir de abril de 2024, a base de descontos começou a diminuir, possivelmente devido à exigência de biometria para autorizações.
Text: A investigação, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, ainda não identificou todos os fatores por trás dos picos de adesões, mas aponta para a necessidade de maior fiscalização. A biometria, implementada como medida de segurança, parece ter reduzido as irregularidades, embora breves falhas no sistema tenham permitido inclusões sem critérios adequados. O caso destaca a vulnerabilidade dos beneficiários e a importância de mecanismos robustos para proteger seus direitos.