Uma funcionária de clínica particular está sendo investigada por supostamente facilitar a emissão de atestados médicos falsos, usados por uma mulher presa por exercer medicina ilegalmente em Manaus. A polícia encontrou evidências da participação da funcionária após analisar conversas no celular da falsa médica, que atendia crianças com doenças graves e se infiltrou em grupos de profissionais da saúde. A suspeita, que se apresentou à delegacia para depoimento, não comentou o caso, enquanto seu advogado citou o segredo de Justiça.
A falsa médica, formada em Educação Física, usava jalecos, carimbos de profissionais reais e receitava medicamentos controlados, inclusive para crianças autistas. Ela também se promovia nas redes sociais como especialista em cardiopatias infantis e chegou a alegar parentesco com o prefeito de Manaus, informação desmentida oficialmente. Durante as investigações, descobriu-se que ela obteve acesso a um carimbo médico legítimo e se infiltrou em programas de atendimento a pacientes graves, ganhando a confiança de outros profissionais.
O caso veio à tona após denúncias de pais de crianças autistas e trabalhadores que apresentaram atestados falsos. A polícia apreendeu medicamentos, receituários e documentos forjados na residência da suspeita, que agora responde por crimes como falsidade ideológica, exercício ilegal da medicina e estelionato. O Conselho Regional de Medicina afirmou que não havia recebido denúncias anteriores, mas reforçou a importância de verificar a regularidade de profissionais no sistema oficial. A Justiça decretou prisão preventiva para a principal envolvida.