Uma investigação conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União revelou que associações vinculadas ao INSS descontavam ilegalmente parte dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização, desde pelo menos 2019. O esquema, que pode ter desviado até R$ 6 bilhões, teve picos de adesão em 2023, com meses registrando mais de 300 mil novos descontos. Dados do INSS mostram que a base de associados cresceu rapidamente, impulsionada por entidades que adicionavam milhares de beneficiários mensalmente, muitas vezes sem transparência ou consentimento explícito.
Text: A partir de 2024, a implementação da biometria como requisito obrigatório para autorizações de desconto marcou uma virada no cenário. Após um recorde de 796 mil novos descontos em março daquele ano, a base começou a diminuir, com oito meses consecutivos de redução. A medida, que visava aumentar a segurança e a fiscalização, coincidiu com a queda no número de adesões, sugerindo que o sistema anterior era vulnerável a abusos.
Text: O caso expõe falhas na regulação de descontos em benefícios previdenciários, com períodos de crescimento explosivo associados a brechas legais e falta de controle. Embora as investigações ainda não tenham identificado todos os fatores por trás dos picos de adesão, a adoção da biometria parece ter sido um passo crucial para frear irregularidades. O INSS segue ajustando suas normas, mas o impacto financeiro nos aposentados afetados pelo esquema permanece uma questão crítica.