Uma investigação do The New York Times expôs uma operação de inteligência russa que, por anos, utilizou o Brasil como ponto de partida para agentes infiltrados em outros países. Esses operacionais criaram identidades brasileiras falsas, obtendo documentos legítimos por meio de fragilidades no sistema, como certidões de nascimento de pessoas que nunca existiram. Com passaportes brasileiros, eles se infiltraram em nações como Estados Unidos, Noruega e Grécia, onde atuaram sob disfarces variados, desde pesquisadores acadêmicos até empresários.
Entre os casos identificados, um indivíduo chegou a estudar em uma universidade americana, aproximando-se de órgãos de segurança dos EUA, enquanto outro atuou como pesquisador no Ártico norueguês, região estratégica para a Rússia. As autoridades brasileiras, em colaboração com agências internacionais, desmantelaram parte da rede após descobrir irregularidades em registros civis. Alguns dos envolvidos foram presos, enquanto outros desapareceram, possivelmente retornando à Rússia.
A operação revela como sistemas de identificação vulneráveis podem ser explorados para fins de espionagem. Embora alguns agentes tenham sido capturados, outros continuam foragidos, com identidades brasileiras ainda ativas em bancos de dados globais. O caso levou a um aumento na vigilância de documentos emitidos no Brasil, destacando a necessidade de reforçar controles para evitar uso indevido por parte de serviços estrangeiros.