Uma investigação exclusiva do Jornal Nacional revelou que a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer) teria adulterado documentos para descontar valores indevidos de aposentados e pensionistas do INSS. Entre 2019 e 2023, os descontos realizados pela entidade aumentaram drasticamente, passando de R$ 400 mil por ano para R$ 202 milhões em 2023, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU). Testemunhas afirmam que a organização utilizou empresas terceirizadas para coletar assinaturas de beneficiários, que depois seriam transformadas em autorizações de adesão a descontos sem o devido consentimento.
Text: De acordo com depoimentos à polícia, um empresário envolvido no esquema relatou que a Conafer teria acesso privilegiado a diretores do INSS, facilitando a alteração de dados no sistema. Além disso, ele afirmou ter sofrido ameaças após denunciar as irregularidades. A Polícia Civil do Distrito Federal encaminhou as informações à Polícia Federal em 2021, mas a operação para desarticular o esquema só ocorreu em abril de 2025, resultando na queda do ministro da Previdência e do presidente do INSS.
Text: A Conafer declarou que está colaborando com as investigações e que os fatos serão esclarecidos no inquérito. O Jornal Nacional não obteve resposta dos outros envolvidos nas denúncias. Enquanto isso, vítimas de fraudes no INSS podem contestar os descontos irregularmente realizados, conforme orientações divulgadas pelo órgão. O caso expõe falhas no sistema de fiscalização e levanta questões sobre a proteção dos direitos dos aposentados.