Uma investigação conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União revelou que associações vinculadas ao INSS descontavam ilegalmente parte dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização, desde pelo menos 2019. O esquema, que pode ter desviado até R$ 6 bilhões, teve picos de adesão em 2023, com meses registrando mais de 300 mil novos descontos. Dados do INSS mostram que a base de associados cresceu rapidamente, impulsionada por entidades que adicionavam beneficiários em massa, especialmente durante a pandemia de Covid-19, quando brechas foram exploradas.
Text: A partir de 2024, a implementação da biometria como requisito obrigatório para autorizações de desconto impactou significativamente o esquema. Enquanto o início do ano ainda registrou recordes, como 796 mil novos descontos em março, os meses seguintes tiveram quedas consecutivas na base de associados. A medida, que visava aumentar a segurança, coincidiu com a redução de adesões, sugerindo que a biometria dificultou práticas irregulares.
Text: O caso expõe falhas no sistema de fiscalização do INSS, que permitiu o crescimento descontrolado de descontos não autorizados por anos. Embora investigações tenham sinalizado irregularidades já em 2020, apenas em 2024 ações concretas foram tomadas. A adoção de biometria representa um avanço, mas levanta questões sobre como o esqueme perdurou por tanto tempo, afetando milhões de aposentados e pensionistas.