Um esquema de suposta fraude envolvendo serviços advocatícios está sendo investigado no Rio Grande do Sul, com alegações de que clientes foram enganados por meio de ações judiciais movidas em nome de pessoas já falecidas ou incapacitadas. Segundo a Polícia Civil, os envolvidos teriam utilizado procurações falsas para movimentar processos e apropriar-se indevidamente de valores, deixando as vítimas — muitas em situação de vulnerabilidade — com dívidas não autorizadas. Estima-se que cerca de 10 mil pessoas possam ter sido afetadas, com mais de 100 mil processos analisados pelas autoridades.
Text: As investigações apontam que os clientes eram abordados com promessas de revisão de contratos bancários, mas, após fornecerem documentos, tinham seus dados usados para ajuizar ações sem seu conhecimento. Os valores depositados em suas contas, supostamente provenientes de processos, eram na realidade empréstimos não autorizados, e as vítimas eram induzidas a repassar parte do dinheiro como “honorários advocatícios”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu o exercício profissional do advogado investigado, e o Tribunal de Justiça recomendou a suspensão de processos vinculados ao caso.
Text: O caso ganhou repercussão após a descoberta de documentos assinados em nome de pessoas mortas ou em estado vegetativo, com datas incongruentes. Autoridades destacam a complexidade do esquema, que envolve múltiplos crimes, como estelionato e falsificação de documentos. A Corregedoria-Geral da Justiça do RS emitiu recomendações para garantir a segurança jurídica dos processos afetados, enquanto as investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos.