Gestores de ativos europeus expressam preocupação com a possível perda do status dos EUA como destino confiável para investimentos, devido aos esforços republicanos para revogar incentivos à energia limpa contidos na Lei de Redução da Inflação (IRA). Alex Bibani, da Allianz Global Investors, destacou que a incerteza regulatória e política pode levar investidores a realocar capital para mercados mais estáveis, como Canadá e União Europeia. A aprovação de um projeto de lei pela Câmara dos Representantes, que elimina parte dos subsídios da IRA, ameaça estratégias de transição energética e injeta volatilidade nos mercados.
Analistas apontam que a revogação da IRA representaria uma mudança radical na política de tecnologia limpa dos EUA, minando a previsibilidade que atraiu investimentos pós-2022. O cenário já impactou os mercados, com quedas no S&P 500 e alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro, enquanto o dólar enfraquece. Além disso, a escalada de tensões comerciais com a Europa e a falta de clareza política ampliam os receios dos investidores, que buscam jurisdições com políticas mais consistentes.
Grandes gestoras europeias, como Amundi e UBS, relatam movimentos significativos de clientes reduzindo exposição aos EUA, optando por projetos na Europa, onde as políticas climáticas são mais estáveis e alinhadas com demandas fundamentais. Tyler Christie, ex-investidor da BlackRock, observa que a volatilidade política nos EUA está se espalhando pelo sistema financeiro, enquanto a Europa se consolida como alternativa. A situação ilustra como divisões políticas internas podem comprometer a atratividade econômica de um país, mesmo que temporariamente.