O fluxo de investimentos estrangeiros na bolsa brasileira permanece aquecido, mesmo após a trégua nas tarifas entre Estados Unidos e China, que renovou o apetite por ativos norte-americanos. Segundo analistas, a demanda por ações locais é impulsionada por fatores domésticos e externos, como a avaliação descontada do mercado brasileiro em comparação com outros países e a expectativa de cortes na taxa Selic. Em maio, os estrangeiros injetaram R$ 9,3 bilhões na B3, elevando o saldo anual para R$ 19,8 bilhões, com projeções otimistas para os próximos anos.
A incerteza nos EUA, aliada à busca por diversificação em carteiras globais, tem levado investidores a olharem para mercados emergentes, incluindo o Brasil. Estratégias de alocação estão sendo revisadas, já que a bolsa americana chegou a representar 70% dos portfólios globais no fim de 2024, concentração considerada excessiva. O Brasil se destaca por múltiplos atrativos, como valuations abaixo da média histórica e resultados corporativos positivos, além da perspectiva de juros mais baixos em 2025 ou 2026.
Profissionais do mercado destacam que o interesse pelo Brasil ainda é cauteloso, mas crescente, especialmente entre gestores especializados em economias emergentes. A combinação de um dólar mais fraco, menor atratividade da bolsa americana e a expectativa de política monetária expansionista no país tem reforçado esse movimento. Embora o fluxo não seja intenso, há consenso de que a clareza sobre os cortes de juros pode acelerar ainda mais a entrada de capital estrangeiro no mercado acionário brasileiro.