A inflação na zona do euro permaneceu em 2,2% em abril, ligeiramente acima da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE), impulsionada principalmente pelo aumento nos preços de serviços e alimentos não processados. O núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como energia e alimentos, subiu de 2,4% para 2,7%, superando as expectativas. Embora o BCE priorize os dados inflacionários, a guerra comercial liderada pelos EUA pode influenciar a decisão de política monetária em junho, potencialmente justificando novos cortes nas taxas de juros.
As pressões inflacionárias em serviços reforçam os argumentos para que o BCE desacelere o afrouxamento monetário, mesmo sem evidências conclusivas de que a meta foi atingida. Economistas projetam uma probabilidade acima de 80% de outro corte de juros em junho, com pelo menos mais uma redução até o fim do ano, levando a taxa de depósito para 1,75% ou menos. No entanto, a guerra comercial pode reduzir ainda mais a inflação, pressionando o BCE a agir de forma preventiva.
O BCE já ajustou sua comunicação, indicando que a meta de inflação foi “essencialmente alcançada”, antecipando-se aos efeitos da desaceleração econômica global. Conflitos comerciais têm reduzido preços de energia e fortalecido o euro, barateando importações, enquanto há receios de um possível excesso de exportações chinesas para a Europa. Apesar dos riscos de aumento nos custos de produção, as expectativas de inflação de longo prazo permanecem estáveis em torno da meta do BCE, sugerindo relativa confiança no cenário macroeconômico.