O IPCA-15 de maio, que registrou alta de 0,36%, ficou abaixo das projeções do mercado, com surpresas positivas em alimentos in natura e em alguns serviços. Esse resultado reforça a expectativa de que o Copom interrompa o ciclo de alta da Selic, iniciado em setembro do ano passado, durante sua reunião em junho. Economistas destacam que, apesar da desaceleração, os núcleos inflacionários permanecem elevados, ainda acima da meta do regime de inflação, que tem teto de 4,5%.
A análise qualitativa do IPCA-15 foi considerada a melhor do ano, com desaceleração tanto em serviços quanto em bens industriais. Especialistas apontam que o dado pode sinalizar um movimento em direção à meta de inflação, consolidando a expectativa de manutenção da Selic em 14,75% a.a. em junho. No entanto, alertam que é cedo para discutir cortes na taxa básica de juros, já que pressões inflacionárias, como o mercado de trabalho aquecido e a depreciação cambial, ainda persistem.
Embora alguns economistas defendam um aumento adicional de 0,25 ponto percentual, a maioria acredita que o ciclo de alta está próximo do fim. A recente valorização do câmbio e a queda nos preços das commodities podem aliviar as pressões inflacionárias no segundo semestre. Caso os próximos dados confirmem uma trajetória mais benigna, especialmente em serviços e atividade econômica, o Copom poderá encerrar o ciclo de aperto monetário, mantendo a Selic estável até o final de 2025.