O Brasil já demonstrou capacidade de desenvolver setores industriais estratégicos, como a Embraer e o Proálcool, combinando políticas públicas, pesquisa e inovação. Hoje, a indústria farmacêutica nacional tem potencial similar, com 29 fábricas e sete centros de P&D, mas a pandemia expôs fragilidades, como a dependência de insumos importados e a falta de uma política industrial sólida. Programas como a Lei dos Genéricos e as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo avançaram no setor, enquanto iniciativas recentes, como o Nova Indústria Brasil e financiamentos do BNDES, buscam fortalecer a produção local.
Apesar dos progressos, desafios persistem, como a insegurança jurídica em torno de patentes e a necessidade de modernizar agências regulatórias, como a Anvisa e o INPI, para acompanhar o ritmo da inovação. A coordenação entre Estado e iniciativa privada é crucial para consolidar uma política de longo prazo, garantindo autonomia farmacêutica e acesso universal à saúde. Uma indústria nacional robusta não só fortaleceria o SUS, mas também aumentaria a resiliência do país diante de crises internacionais.
Investir na indústria farmacêutica é um passo estratégico para a soberania nacional. Com políticas públicas coordenadas, financiamento adequado e incentivo à pesquisa, o Brasil pode transformar o setor em um pilar do desenvolvimento econômico e social. A oportunidade está clara, e o momento exige ação conjunta para garantir medicamentos acessíveis e produção nacional sustentável.