O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) global atingiu 0,756 em 2023, registrando o menor avanço desde o início da série histórica, em 1990, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A desaceleração, que exclui os anos de declínio durante a pandemia, afeta todas as regiões e pode adiar em décadas a meta de um IDH global muito alto, previsto para 2030. Enquanto isso, o Brasil subiu cinco posições no ranking, alcançando o 84º lugar, com um IDH de 0,786, classificado como alto desenvolvimento humano. Apesar da recuperação após a queda durante a pandemia, o país ainda fica atrás de nações como Peru, México e Colômbia.
O relatório destaca que a desigualdade entre países ricos e pobres aumentou pelo quarto ano consecutivo, revertendo uma tendência de redução observada nas últimas décadas. Quando ajustado à desigualdade, o IDH global cai para 0,590, refletindo disparidades na distribuição de renda, saúde e educação. Três fatores principais são apontados como obstáculos ao desenvolvimento: crise do financiamento internacional, tensões comerciais e industrialização sem geração de empregos, impulsionada pela automação. Esses desafios impactam principalmente os países em desenvolvimento.
No Brasil, o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade ficou em 0,594 em 2023, enquanto o Índice de Desigualdade de Gênero foi de 0,390, colocando o país na 96ª posição. Já o Índice de Pobreza Multidimensional registrou 0,016, indicando baixa privação extrema. O documento reforça a necessidade de ações decisivas para retomar a trajetória de crescimento do desenvolvimento humano, especialmente em um cenário marcado por conflitos geopolíticos e crise climática.