O presidente do Banco Central destacou que as incertezas sobre a política fiscal, agravadas pela perspectiva de desaceleração econômica, têm tornado mais complexo o trabalho da autoridade monetária. Durante participação em evento do Goldman Sachs, ele mencionou que a percepção do mercado sobre a perda de tração da economia, causada pelos juros elevados, pode levar a uma resposta fiscal imprevisível. Essa falta de clareza sobre como o governo reagirá dificulta o cenário para o BC.
O executivo ressaltou que a incerteza fiscal parece influenciar parte das expectativas de inflação, que permanecem desancoradas mesmo com a política monetária restritiva. Ele observou que há dúvidas sobre qual seria a reação do fisco em caso de piora na atividade econômica, o que adiciona camadas de complexidade às decisões do BC. A ausência de um cenário definido exige flexibilidade na condução das medidas monetárias.
Apesar dos efeitos visíveis dos juros altos nos canais de crédito e câmbio, o atual ambiente econômico dificulta projeções claras. O presidente do BC enfatizou a necessidade de adaptação diante desses desafios, sinalizando que a autoridade monetária buscará equilibrar suas ações conforme os riscos evolam. A combinação entre desaceleração e incerteza fiscal mantém o cenário sob constante avaliação.