O ex-presidente Michel Temer criticou a falta de um projeto claro no governo atual, durante participação no Fórum Lide COP30 em Bonito (MS). Ele comparou a situação com seu próprio governo, que seguiu o programa “Ponte Para o Futuro”, e afirmou que a ausência de diretrizes explica o impasse em torno do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida, anunciada por decreto, foi parcialmente revogada pelo ministro da Fazenda após forte reação do mercado e do Congresso, que ameaça derrubá-la totalmente.
O aumento do IOF no mercado cambial gerou críticas de empresários e agentes financeiros, que classificaram a medida como um “controle cambial”. O governo recuou em parte do decreto, especialmente sobre taxação de remessas para investimentos, e busca alternativas, como taxar apostas esportivas online e operações com criptomoedas. No entanto, essas opções são consideradas insuficientes para equilibrar as contas públicas, e o Congresso pressiona por soluções dentro de um prazo de 10 dias.
Em meio à crise, Temer também comentou sobre as eleições de 2026, defendendo que um candidato moderado teria grandes chances diante do desgaste da polarização política. Ele trabalha na construção de uma terceira via, o “Movimento Brasil”, com o objetivo de apresentar um programa alternativo ao do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para Temer, o eleitorado busca moderação e propostas concretas, em vez de disputas ideológicas.