Há mais de três décadas, a imagem de São Tomé, padroeiro do município mineiro de São Tomé das Letras, desapareceu da Igreja Matriz local, deixando um vazio na comunidade religiosa e cultural. A escultura, atribuída a um mestre artesão colonial de Lagoa Santa, possui alto valor histórico e artístico, sendo uma das mais de 2.400 peças tombadas desaparecidas em Minas Gerais. Moradores agora se uniram em uma campanha que oferece R$ 14 mil de recompensa por informações que levem à recuperação da obra.
A perda da imagem, ocorrida em 1991, ainda é sentida profundamente pelos fiéis e pelas autoridades locais. O ex-sacristão da igreja relembra o momento em que a ausência foi notada, descrevendo o impacto emocional causado. Paralelamente, especialistas destacam a importância da peça como patrimônio cultural, ressaltando técnicas artesanais únicas empregadas em sua confecção. A campanha de recompensa, financiada pelos próprios moradores, reflete a esperança de que a imagem possa ser reencontrada, especialmente com a igreja passando por restaurações.
O caso integra um problema maior em Minas Gerais, onde bens culturais desaparecidos são alvo de um sistema de rastreamento do Ministério Público. Autoridades acreditam que o furto da imagem de São Tomé pode estar ligado a uma rede de roubos de peças sacras na região. Enquanto a busca continua, a comunidade mantém a fé de que a obra será devolvida ao seu lugar de origem, reforçando a importância da preservação do patrimônio histórico e religioso.