Duas idosas, com 85 e 75 anos, são as últimas moradoras de um condomínio de 24 apartamentos em um bairro nobre de Fortaleza, após a maioria dos vizinhos aceitar uma proposta de demolição para a construção de um novo edifício. A construtora responsável pelo projeto ofereceu aos moradores a troca de seus apartamentos por unidades no futuro prédio, mas as idosas recusaram, preferindo a venda direta de seus imóveis. Enquanto os outros residentes desocuparam as unidades e iniciaram desmontes parciais, as duas idosas permanecem no local, enfrentando condições precárias e uma disputa judicial para manter suas casas.
Text: A situação se agravou após uma assembleia em janeiro de 2025, onde 22 dos 24 condôminos votaram pela dissolução do condomínio e pela demolição dos prédios. As idosas, representadas por suas filhas, contestaram a decisão na Justiça, alegando que o prédio não corre risco estrutural iminente, conforme apontado por laudos técnicos encomendados por sua defesa. A Defesa Civil classificou o risco como moderado, destacando a necessidade de reformas, mas não de demolição imediata. Enquanto isso, a construtora afirma que as propostas feitas foram justas e que o impasse prejudica os outros moradores, que já se mudaram.
Text: O caso, que se arrasta desde 2013, reflete tensões entre desenvolvimento imobiliário e direitos de moradia, especialmente para idosos. A Justiça suspendeu temporariamente a demolição e ordenou a recuperação das áreas danificadas, sugerindo uma audiência de conciliação. Enquanto a construtora defende o projeto como uma modernização necessária, as idosas buscam garantir que suas condições de vida sejam respeitadas, levantando questões sobre equilíbrio entre progresso e proteção aos residentes mais vulneráveis.