Estudiosos visitaram locais históricos em Juazeiro do Norte, no Ceará, para resgatar a trajetória da beata Maria de Araújo, figura central em um suposto milagre ocorrido em 1889, quando a hóstia teria se transformado em sangue em sua boca durante a comunhão. A casa onde ela viveu, com arquitetura colonial, ainda preserva características da época e recebe pesquisadores, embora não esteja aberta ao público. A data de seu nascimento, possivelmente em 24 de maio de 1862, é marcada por eventos que buscam manter viva sua memória.
A beata, que teve papel fundamental no surgimento das romarias na região, ainda aguarda reconhecimento póstumo por sua contribuição religiosa e social. Enquanto o padre Cícero, com quem ela colaborou, avança no processo de beatificação, sua história é preservada por acadêmicos e movimentos artísticos. A arquiteta Hévila Ribeiro destaca a importância de conservar esses espaços históricos, que podem impulsionar o turismo e fortalecer a identidade cultural da cidade.
Apesar de sua relevância, há poucos registros da beata no Museu do Padre Cícero, e seus restos mortais permanecem desaparecidos desde a violação de seu túmulo. Pesquisadoras como Priscila Ribeiro e Dia Bárbara Nobre enfatizam a necessidade de estudos mais profundos sobre seu legado, especialmente considerando seu perfil como mulher negra em um contexto histórico marcado por desigualdades. A capela do Socorro abriga um túmulo simbólico, enquanto a busca por seu reconhecimento continua.