O leilão para a concessão da hidrovia do rio Paraguai, previsto para dezembro de 2025, marca a primeira iniciativa do tipo no Brasil. Com um investimento estimado em R$ 63 milhões, o projeto é prioridade do governo federal e visa modernizar o transporte de cargas, reduzindo a dependência do modal rodoviário. A expectativa é que o edital seja publicado até outubro, com obras incluindo drenagem, sinalização e construção de infraestrutura ao longo de 600 quilômetros, desde o rio Paraguai até o Canal do Tamengo, em Porto Murtinho.
Além de ganhos logísticos, a hidrovia deve contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa, ao transferir parte do transporte de carga para uma opção mais sustentável. Em 2024, cerca de 9 milhões de toneladas de produtos já circulavam pelo rio, e a concessão, com duração inicial de 15 anos, prevê melhorias como sistemas de gestão de tráfego e inteligência fluvial nos primeiros cinco anos. A iniciativa também inclui a aquisição de equipamentos e monitoramento hidrológico para garantir a eficiência da via.
O projeto é visto como um marco para a integração regional e o desenvolvimento econômico, com potencial para ser prorrogado por mais 15 anos após o período inicial. Autoridades destacam que o transporte aquaviário é mais sustentável que os modais rodoviário e ferroviário, alinhando-se a políticas ambientais e de eficiência energética. A hidrovia deve ainda impulsionar a economia local, especialmente em Mato Grosso do Sul, estado estratégico para o escoamento de commodities.