A hegemonia dos Estados Unidos como principal destino do capital global está sendo questionada por gestores, diante da nova ordem geopolítica e do aumento da dívida americana. Segundo especialistas da Absolute Investimentos, as sanções à Rússia em 2022 aceleraram essa mudança, reintroduzindo a diversificação de investimentos e colocando mercados emergentes de volta no radar. No entanto, o Brasil, apesar do potencial, ainda enfrenta desafios como inflação persistente, expectativas desancoradas e política fiscal expansionista, que limitam seu atrativo.
Enquanto outros emergentes começam a se beneficiar do fluxo de capital redirecionado, o país permanece travado por desequilíbrios internos. O economista Felipe Tâmega destacou que, mesmo com a atividade econômica surpreendendo positivamente, a inflação acima do teto da meta e as ações parafiscais, como o crédito consignado privado, complicam a perspectiva de cortes de juros em 2025. O Banco Central pode ser obrigado a manter taxas elevadas por mais tempo, divergindo da tendência global de afrouxamento monetário.
No exterior, a Absolute Investimentos tem posições em bolsas fora dos EUA e em moedas como o euro, enquanto no Brasil opta por uma cesta de ativos específicos em vez de investir via índice. Bragança ressaltou a importância de reconhecer erros e reavaliar cenários, enquanto Tâmega enfatizou que ciclos se repetem e a humildade é essencial para ajustar estratégias. O texto conclui que, sem ajustes fiscais mais vigorosos, o Brasil pode continuar perdendo oportunidades nesse novo cenário global.