Um grupo de hacktivistas alterou, na madrugada de quinta-feira (16), o conteúdo das páginas oficiais de pelo menos 31 prefeituras em Minas Gerais, em um protesto que se estendeu até sábado (17). A ação, coordenada pelo autointitulado Batalhão Cibernético do Mártir Walid Ahmed, visava pressionar o governo brasileiro a adotar uma postura mais firme diante do conflito na Palestina, fazendo alusão à Nakba — o processo de limpeza étnica palestina — e relacionando a violência israelense a eventos históricos no Brasil, como a ditadura militar.
No manifesto divulgado nos sites hackeados, os ativistas compararam a morte de um adolescente brasileiro em uma prisão israelense aos crimes cometidos durante o regime militar brasileiro, destacando a falta de justiça para as vítimas. O texto também mencionou que outros 250 menores palestinos estariam detidos, reforçando a crítica à ocupação israelense. A mensagem encerrou com um tom de resistência, afirmando que a Palestina “vence há 77 anos” e um dia será “livre de Rio a Mar”.
Enquanto alguns sites já haviam sido normalizados no sábado, o protesto reacendeu o debate sobre o posicionamento do Brasil no conflito. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia classificado a ofensiva israelense como genocídio em fevereiro de 2024, criticando também o corte de ajuda humanitária por parte de outros países. A Polícia Civil de Minas Gerais não se pronunciou sobre o caso até o momento.