O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou o primeiro caso de gripe aviária em granjas comerciais do Brasil, no Rio Grande do Sul, após o vírus ter sido detectado apenas em aves silvestres desde maio de 2023. Medidas como o abatimento dos animais foram tomadas para conter a disseminação, e um caso humano suspeito em um trabalhador da granja foi descartado após testes. A doença, causada por cepas do vírus influenza que circulam entre aves, raramente infecta humanos, mas pode ser fatal quando ocorre, com taxa de mortalidade de 49% nos casos registrados globalmente desde 2003.
O risco para a população geral é considerado muito baixo, pois a transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com animais infectados. Especialistas alertam, no entanto, que a expansão do vírus entre espécies e países aumenta a chance de mutações que poderiam facilitar a transmissão entre humanos. Medidas como o uso de equipamentos de proteção por trabalhadores rurais e a vacinação contra a gripe humana são recomendadas para reduzir riscos, especialmente o cenário de coinfecção, que poderia gerar uma variante mais adaptada aos seres humanos.
Não há restrições ao consumo de carne de frango ou ovos, já que o vírus não é transmitido por esses produtos. Sintomas em humanos incluem conjuntivite, problemas respiratórios e pneumonia, com tratamento possível por meio de antivirais como o Tamiflu. Vacinas específicas para a gripe aviária ainda não estão disponíveis no Brasil, mas o Instituto Butantan desenvolve uma versão em parceria com o Ministério da Saúde, com capacidade potencial para 30 milhões de doses anuais. Autoridades reforçam a importância de monitoramento e preparação para evitar uma possível pandemia.