O capital estrangeiro tem se tornado um vetor crucial para o mercado acionário brasileiro, impulsionando o Ibovespa a patamares históricos, como os 140 mil pontos. Analistas do Santander e do Itaú BBA destacam que o fluxo de recursos estrangeiros permaneceu positivo por 17 pregões consecutivos, somando R$ 20 bilhões em entradas desde abril. A expectativa de que o Banco Central esteja perto de encerrar o ciclo de cortes da Selic e a maior previsibilidade econômica têm atraído gestores globais, além de impulsionar a demanda por ETFs como o EWZ, que replica o desempenho da bolsa brasileira.
A 18ª Conferência de CEOs da América Latina, realizada em Nova York, reforçou o otimismo em relação ao Brasil, que passou a ocupar posição “overweight” nas carteiras de investidores globais. Dados mostram entradas líquidas de R$ 20,6 bilhões em 2024, revertendo as saídas de R$ 33 bilhões no mesmo período de 2023. Setores como financeiro, infraestrutura e consumo têm sido os mais beneficiados, com destaque para empresas como Itaú, Sabesp e Localiza, que atraíram forte interesse internacional.
A combinação de valuation atrativo, perspectivas de corte de juros na América Latina e a diversificação de portfólios globais fora dos EUA cria um cenário favorável para a continuidade do fluxo estrangeiro. Analistas projetam que, em um cenário conservador, o Brasil poderia captar até US$ 26,5 bilhões, valor que pode chegar a US$ 74 bilhões em um movimento mais agressivo. Com múltiplos abaixo da média histórica e uma melhora na percepção de risco, o país se consolida como um destino relevante para investidores em busca de retornos em mercados emergentes.