A Granado, marca centenária de cosméticos, enfrentou uma crise profunda no final do século XX devido a problemas de gestão, processos ultrapassados e uma imagem associada ao público idoso. A virada veio com a aquisição por Christopher Freeman, que modernizou a produção e investiu em tecnologia, enquanto sua filha, Sissi Freeman, direcionou o reposicionamento da marca. A estratégia combinou inovação com a manutenção da tradição, revitalizando produtos icônicos como o polvilho antisséptico e criando experiências de consumo imersivas em lojas temáticas.
O diferencial da Granado foi reconhecer seu valor histórico e emocional para os brasileiros, usando isso como base para atrair novos públicos sem abrir mão da qualidade. A marca também priorizou ouvir o cliente, adaptando-se a diferentes mercados—como no exterior, onde destacou sua origem carioca em vez da longevidade. Essa abordagem mostrou que, mesmo em cenários desfavoráveis, é possível recuperar uma empresa alinhando identidade e inovação.
Para empreendedores, a lição é clara: entender o que torna o negócio único e manter o foco no cliente são essenciais para superar crises. Sissi Freeman destaca que, mesmo produtos com baixo volume de vendas podem ter valor estratégico, desde que completem a linha oferecida. No entanto, se não houver demanda, é crucial analisar o feedback do público e ajustar a rota, evitando insistir em apostas sem retorno. A história da Granado ilustra como resiliência e adaptação podem transformar desafios em oportunidades.